Tinha pouco mais que 1,50 metro de altura e pesava magros 50 quilos. Era sisudo, tinha a pele muito pálida e bigodes espessos. Estava sempre metido em ternos escuros bem cortados, debaixo de um chapéu panamá de copa alta. Dizem que, com o chapéu espetado e os sapatos de sola grossa que habitualmente usava, tentava ganhar alguns centímetros de altu-ra. Tinha ar de poucos amigos, embora recebesse muita gente em seu pequeno, mas confortável apartamento da chique avenida Champs Elysées, esquina com rua Washington, ao lado do Arco do Triun-fo e não muito distante da Torre Eiffel.
Apesar do ar de dândi inglês, Santos Dumont era de origem interiorana. Neto de francês, nasceu em Cabangu, sul de Minas Gerais, cidade que hoje leva seu nome, a 20 de julho de 1873. Estudou no Rio de Janeiro e em Campinas. Depois foi para Paris, onde chegou em 1892, com apenas 19 anos. Levava no bolso uma polpuda quantia de dinheiro e uma carta de seu pai, um engenheiro que enriquecera plantando café em Ribeirão Preto, SP. Na carta, o pai reco-mendava que Alberto, caçula de seis irmãos, estu-dasse física, química e eletricidade. "Não se esqueça que o futuro do mundo está na mecânica", vaticinava.
Assim que desembarcou na capital francesa, Santos Dumont mergulhou no clima de euforia do final do século 19. Era um período otimista, com novas invenções e perspectivas de mudanças. Pa-
ris era uma festa. A França abri-gava o escultor Auguste Rodin, os romancistas Honoré de Balzac e Émile Zola e os pintores Claude Monet e Auguste Renoir, que, entre outros, promoveram uma revolução nas artes e nos costu-mes. Santos Dumont quis logo se transformar em figura reco-nhecida por toda a sociedade francesa. "Ele tinha ambição e queria fazer parte da aristocracia parisiense, que esbanjava dinheiro em restaurantes caros, roupas e luxo. No fundo, Santos Dumont nutria o desejo de se tornar um aristocrata francês. Só lhe faltava a origem, o nome", conta o físico brasileiro Henrique Lins de Barros, diretor do Museu de Astronomia do Rio de Janeiro e um dos maiores estudiosos da vida de Santos Dumont e autor do livro Santos 

Dumont, publicado em 1986 pela Editora Index.
A forma que Santos Dumont escolheu para se des-
tacar foi se dedicando de corpo e alma às experiên-
cias feitas com balões a gás, que estavam na moda
então, e com o automóvel, invenção recente que
tinha se tornado a coqueluche da Europa. "Ele
foi o precursor das corridas de automóvel, ao
promover a primeira disputa de triciclos motorizados em pleno Parque dos Príncipes, em
Paris", relata Lins. "No dia seguinte, sua faça-
nha saiu estampada nas primeiras páginas
dos jornais da cidade, o que significou para
o ambicioso brasileirinho o início de sua ca-
minhada rumo à glória." A propósito, consta
que em 1891 Santos Dumont, ao retornar da
França junto com a família, trouxe no navio o
primeiro automóvel a desembarcar no Brasil.
Mas foi mesmo no balonismo que a fama de San-
tos Dumont ganhou as alturas. Voar era o maior
desafio para o homem no final do século 19. Havia
um frenesi de experiências com plana-
dores na Alemanha e nos Estados Uni-
dos. Mas acidentes horrorosos, com mor-
tes, puseram por terra as experiências e
muitos de seus ousados inventores. Em
Paris, já havia algumas tentativas de voar
com balões não-dirigíveis inflados a gás,
principalmente o inflamável e perigoso
hidrogênio. Santos Dumont se aproximou
desses construtores e em 1898 decidiu
fazer seu próprio balão.
A partir daí, não parou mais de trabalhar, desco-
brir novos meios, melhores e mais econômicos de
voar com seus balões a gás. Ele tinha uma persona-
lidade estranha, era muito metódico e extremamen-
te dedicado ao trabalho. Ambicioso no pensamento,
era minimalista na construção. Como era muito baixo
e leve, seu primeiro balão, esférico, foi menor que
todos os outros já construídos. Levava o nome de
seu país, Brasil. E de novo o mineiro de Cabangu
virou notícia em Paris, só que com um estranho
recorde: o de construtor do menor balão do mundo.
A fama do brasileiro crescia. Não foram pou-
cas as vezes em que viu a morte de perto. E, ao
contrário de outros construtores, nunca foi apegado ao dinheiro. Por isso, não se preocupou em
patentear seus inventos. "Para ele, o inventor
trabalha para a humanidade, deve ser magnânimo, a produção do intelecto é uma produção do
homem", registra o físico Lins de Barros. Seu al-
truísmo chamava a atenção da sociedade pari-
siense. Os franceses se encantavam com esse ho-
mem desprendido e o convidaram a freqüentar
as rodas nobres de Paris. Convivia ao lado de
jornalistas influentes, banqueiros e aristocratas.
Até sua forma de vestir virou moda: aos poucos,
os parisienses passaram a trajar ternos com listas


verticais, colarinho empinado e sapatos de sola grossa.
O balão a gás não-dirigível, no entanto, era um brinquedo que logo o inventor deixaria de lado. "É um absurdo que outros inventores ainda não tenham feito o balão dirigível", queixou-se certa vez. Para ele, o caminho era a construção dos balões dirigíveis. E nessa opção, o primeiro grande desafio foi decidir qual tipo de motor usar. O elétrico era bom, mas sua bateria pesada demais. O a vapor era inviável, pois precisava de uma fonte térmica para alimentá-lo. O escolhido foi o motor a explosão, movido a gasolina, usado nos automóveis. "O problema, porém, eram as fagulhas que escapavam após a combustão, que amea-çavam incendiar o hidrogênio, um gás altamente in-flamável", observa Henrique Lins. Mas isso não foi problema para Santos Dumont, que simplesmente in-verteu a saída da descarga das fagulhas, evitando que elas atingissem o invólucro de seda. Afastado o risco de explosão, restava a questão da forma do balão. O N- 1 tinha uma forma mais aerodinâmica, como um charuto. E para manter estável a pressão interna, ele criou um balonete interno, com ar. As-sim, ao liberar gás para descida, enchia o balonete de ar, mantendo a pressão interna e a forma do balão.
Operando os cabos de seu primeiro dirigível, Santos Dumont finalmente decolou, em 18 de setembro de 1898. Mas a aventura durou pouco: o balão se cho-
cou contra as árvores do Jardim de Aclimação, no Bois de Bolougne, em Paris. O inven-
tor escapou ileso, ferido apenas em seu or-
gulho. Dois dias depois, com o invólucro consertado, tentou novamente. Mas o balão
perdeu pressão, o charuto se dobrou e en-
trou em queda livre. Santos Dumont, com
extrema calma, gritou para algumas crianças
que brincavam no parque lá embaixo: "Puxem a corda contra o vento!" Os garotos obe-
deceram e agarraram a corda que pendia do
cesto " e o balão desceu suavemente como uma pipa.
Sustos e dificuldades não desanimaram o brasileiro voador. A bordo do N‘ 2, em maio de 1899, ele se cho-cou novamente contra as árvores. A evolução era lenta. Com o N‘ 3, tudo foi melhor. O dirigível sobrevoou o Campo de Marte, ultrapassou a Torre Eiffel e se dirigiu ao Parque dos Príncipes. Foi um sucesso. Dumont pas-seou sobre Paris, onde já era reconhecido pela população. Para abrigar seu invento, ele construiu em St. Cloud, periferia da cidade, um enorme galpão: era o primeiro hangar da história da aviação. Mas não parou aí. Apren-deu com o N‘ 3 e logo construiu um maior, o N‘ 4, mais rápido, em que ia sentado num selim de bicicleta. O motor de 7 cavalos tornava o dirigível rápido e seguro.
Os desafios iam se colocando e Santos Dumont os encarava de frente. O empresário Deutsch de la Meurth ofereceu um prêmio de 100 mil francos, junto com o Aeroclube da França, para quem conseguisse decolar de St. Cloud, contornar a Torre Eiffel e retomar ao ponto


original em 30 minutos, num percurso de 11 quilômetros. O brasileiro se inscreveu, não tanto pelo dinheiro, mas pela glória. E, em 13 de julho de 1901,
decolou com seu dirigível de 33 metros de comprimento e 550 m‘ de hidrogênio no invólucro. Contor-
nou soberbo a Torre Eiffel, mas subitamente foi colhido de frente por um forte vento, que afastou o
balão de seu objetivo. O motor engasgou, parou, e o dirigível despencou sobre uma enorme castanheira,
nos jardins da mansão do magnata do petróleo Edmond de Rothschild. Um desastre total.
Dumont não ganhou o prêmio, nem perdeu a pose. Saiu do bosque com a cabeça erguida, seu chapéu panamá bem colocado sobre a cabeça, camisa imaculadamente
branca e gravata vermelha firme sob o colarinho, posando para os fotógrafos. Não
parecia que quase havia morrido. E seu prestígio também cresceu: a Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, e seu marido,
o Conde D’Eu, que moravam em Paris, mandaram servir-lhe uma cesta de lanche.
O presente foi levado pelo próprio valet de chambre do casal, até onde estava o balonista. Com o lanche seguia um bilhete convidando-o para uma visita aos dois nobres.
Santos Dumont fez nova tentativa em 8 de agosto de 1901. O vôo do dirigível N‘ 5 até que começou bem. No entanto, as cordas de piano que sustentavam a quilha do balão se enroscaram na hélice, obrigando o tenaz piloto a desligar o motor. O dirigível foi, então, de encontro ao telhado do Hotel Trocadero, prendeu-se no telhado do hotel e deixou Dumont suspenso no ar. Outra vez Santos Dumont escapou da morte com grande verve. Do telhado, ele conseguiu se sentar sobre o parapeito de uma janela e de lá coordenou os trabalhos dos bombeiros. Depois de resgatado, trocou de roupa e foi jantar no elegante restaurante Maxim’s, onde foi ovacionado pelos frequentadores.
Seguiu-se o balão N‘ 6, com o qual
o inventor insistia em provar que aquele era um meio de transporte seguro. Para isso, dirigiu-se a alguns amigos e disse: "Meus senhores, convido-os a tomar um aperitivo no
Café Le Cascade". Enquanto bebericavam no bistrô, o balão esperava amarrado
do lado de fora.
Esse hábito de ir a bares e restaurantes a bordo de seus balões era conhecido. Certa vez,



ta vez, quando tentava retornar ao hangar de St.Cloud, seu dirigível teve problemas com o gás e não conseguiu ganhar altura. O povo rebocou o balão até a oficina, fazendo um enorme cortejo que paralisou Paris. Sua popularidade crescia dia a dia.
Em 19 de outubro, Dumont subiu novamente com seu dirigível N‘ 6 para tentar abocanhar o prêmio do aeroclube francês. E desta vez tudo saiu à perfeição: o balão decolou e retornou ao ponto de partida em 29 minutos e meio. Porém, devido a uma seqüência de erros de seus mecânicos, que não conseguiram segurar a corda-guia quando o dirigível cruzou a linha, Santos Dumont passou do ponto estabelecido e só conseguiu retornar a ele 1 minuto depois. Esse equívoco trouxe divergências nos membros da comissão julgadora do Aeroclube da França, que por fim concordaram em dar o prêmio ao "Petit Santôs", como era carinhosamente conhecido.
Santos Dumont recebeu os 100 mil francos e cumpriu sua promessa de dividi-los: uma metade para seus mecânicos e a outra para os pobres de Paris. Imediatamente, o governo brasileiro também o contemplou com igual soma.
O N‘ 6 foi testado em Mônaco, onde Santos Dumont construiu um hangar especial e pôde manobrar sobre a água. Apostou corrida e acabou acidentando-se sobre o mar. Concluiu que o dirigível poderia seu usado como posto de observação para localizar submarinos. Com o N- 6 testado e aprovado, ele decidiu construir três novos dirigíveis: o N‘ 7, de corrida, o N- 9, de passeio, e o N‘ 10, um dirigível ônibus. No dia 23 de junho de 1903, Santos Dumont perpetrou mais uma ousadia: foi de seu hangar para casa a bordo do N- 9, para tomar um café. Na chegada explicou aos jornalistas: "Não estou fazendo nada de mais. Respeitei todas as regras de trânsito, vim pela mão certa, fiz o balão contornar o Arco do Triunfo e entrei na rua Washington, onde moro". E essas manobras todas ele fazia com grande segurança e competência. "Ninguém, nem hoje nem antes, teria sido capaz de refazer uma tal pilotagem nas condições em que operava este manobrista incomparável", declarou, em 1973, o aeronauta e historiador Charles Dollfus. A máxima audácia do destemido brasileiro ocorreu em 14 de julho de 1903, na principal data comemorativa na França, a Tomada da Bastilha. O balonista sobrevoou mais de 50 mil militares e 200 mil espectadores, perfilados no hipódromo de Longchamps, a bordo do balão N‘ 9. Bem acima do palanque do presidente Émile Loubet, ele sacou seu revólver e deu uma salva de 21 tiros de festim. Foi um escândalo. Conta-se até que a guarda presidencial chegou a atirar nele, pensando tratar-se de um atentado. Para se desculpar, Dumont colocou à disposição ...???




insistentes boatos de que os irmãos americanos Wright realizavam pequenos vôos com aparelhos mais pe-sados do que o ar. Santos Dumont não parecia muito preocupado. Retraído, parecia estar prepa-rando alguma novidade. De repente, em julho de 1906, para surpresa de todos, "Petit Santôs" apareceu com um avião a motor pronto, era o 14-Bis.
O aparelho, com 160 quilos, 10 metros de com-primento e 12 de envergadura, recebeu este nome porque, para testar seu equilíbrio, ele o acoplou ao balão N- 14. E esse híbrido ficou conhecido como 14-Bis. No dia 23 de outubro, decolou com o apa-relho para vencer o prêmio Archdeacon, destinado a quem conseguisse voar por mais de 25 metros. Depois de várias tentativas, o14-Bis, uma armação de bambu revestida de linho, correu 100 metros, decolou, voou aproximadamente 60 metros, a 2 me-tros de altura, para, em seguida, desabar desajeita-damente no chão. Mas pouco importava. A multi-dão presente ao Campo de Bagatelle, que havia acompanhado com a respiração suspensa seus 7 segundos de vôo, vibrou e
aclamou Santos Dumont. Era a glória.
A genialidade do aviador era tamanha que outras invenções menores - mas não menos espetaculares, quase passaram despercebidas. É o caso
do relógio de pulso, que surgiu por pura necessidade. Dumont, quando estava voando, tinha necessidade de controlar o tempo para não ficar sem combustível no ar. E, como suas duas mãos esta-vam ocupadas com os comandos do avião, o pi-loto teve que improvisar um relógio de bolso amarrado ao pulso com um lenço. O desenho foi entregue à relojoaria Jaeger Lecoultre, de Paris, que industrializou a idéia.
Menos de um mês depois, a 12 de novembro de 1906, o brasileiro conseguiu ir além, ganhando o prêmio do Aeroclube da França, dedicado a quem conseguisse voar mais de 200 metros. Mais uma vitória, mas não a última. Até 1910, Dumont tra-balhou em ritmo frenético. Os projetos se sucediam. Depois do 14-Bis vieram os modelos 15, 16 e 17. E, em seguida, construiu o primeiro monoplano, o gracioso Demoiselle (Senhorita). Para tanto, teve que inventar o primeiro motor de cilindros opostos. Construiu várias versões do Demoiselle, um verdadeiro ultraleve, seguro e rápido que acabou sendo imitado em diversos outros países. A fama do Pai da Aviação atravessava fronteiras e ganhava os parágrafos da história.



No auge de sua criatividade, Santos Dumont foi traído pela saúde. Com menos de 40 anos, já se sentia cansado e envelhecido. "Em 1910, ele começou a sentir os sintomas de uma doença grave, a esclerose múltipla", conta o biógrafo Henrique Lins. "Seus reflexos ficavam lentos, ele sentia enormes difi-culdades para trabalhar, faltava-lhe des-treza manual." A esclerose múltipla é des-crita hoje pelos neurologistas como uma doença auto-imune. Ou seja, por falhas no sistema imunológico, a pessoa produz anticorpos contra seu próprio organismo. Esses anticorpos atacam a mielina, uma espécie de capa que protege as fibras nervosas presentes em todo o sis-tema nervoso, que conduzem os impulsos elétricos. O mal provoca fraqueza nos braços e pernas, falta de coordenação motora, descontrole urinário e
dificuldades visuais. Em cartas para amigos, Santos Dumont escreveu: "Já não tenho controle sobre meus nervos, sou uma pessoa estressada".
Tem início a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e, como Paris está mobilizada para o esforço de guerra, o brasileiro viaja para Trouville, no sul do país. Lá, é
tomado como espião alemão e preso. Após passar uma noite na delegacia, acaba solto pelo governo francês. Mas está arrasado, em estado de choque. Ao voltar para casa, queima seus arquivos, projetos e diários. Também o deprime ver seu invento usado para bombardear cidades. De volta ao Brasil, tentou morar em Petrópolis, (onde construiu uma casinha original), em São Paulo, e em Cabangu. Mas não se sentia bem em canto algum. A doença se tornou mais grave, a depressão aumentou. Desesperado, refugiou-se e um sanatório na Suíça Em uma carta de 9 de agosto de 1926, queixou-se a um amigo "...eu continuo um dia bom outro mal com a tal doença, que não se sabe o que é, mas não desejo para ninguém"
Em 1928, de volt ao Rio de Janeiro, foi recepcionado, muito contragosto seu, co uma homenagem na, Baía de Guanabara Um grupo de professores da Escola Politécnica do Rio e intelectuais embarcaram para um vôo inaugural de um hidroavião batizado com seu nome. Mas o aparelho ao manobrar em vôo, tocou com a asa na água, espatifou-se, afundou matou todos os seus tripulantes. Santos Dumont, arrasado, declarou: "Tenho pedido que não voem à minha chegaada. Quantas vidas sacrificadas por minha humilde pessoa...". Em 1930, ele estava muito pior. No ano seguinte, seu sobrinho, Jorge Dumont Villela, levou-o para descansar em um hotel do Guarujá, no litoral de São Paulo. Lá, ele passava o dia brincando com as crianças, na praia, e observando o vôo. das gaivotas. O país estava dividido por uma guerra. São Paulo lutava contra o governo Vargas, no que ficou conhecido como a Revolução Constitucionalista de 1932. Santos Dumont se mortificava ao saber que aviões militares sobrevoavam Santos, bem perto de seu refúgio.
No dia 23 de julho de 1932, o sobrinho deixou momentaneamente o hotel La Plage, onde estavam hospedados. Ao retornar, encontrou Santos Dumant no banheiro do quarto, enforcado com uma gravata. O governo paulista explorou politicamente a morte do inventor, dizendo que ele havia se matado por desgosto, ao saber que Getúlio estava usando o avião como arma de guerra. Getúlio Vargas, por sua vez, fez divulgar a versão de que o her6i havia morrido de forma natural. E proibiu a expedição do atestado de óbito com a causa mortis: suicídio por enforcamento. Santos Dumont tinha acabado de completar 59 anos.



DANTE GRECCO e ÁLFIO BECCARI, com SONIA GOLDFEDER, de Paris