Do "Caminho Novo" ao Município de "Palmyra", mais
tarde "Santos Dumont"
"A transparência do céu, a doçura do ar, a
benignidade do clima, o encanto da paisagem, a beleza das flores, a
graça das mulheres, a excelência dos
corações, a brandura dos costumes, a franqueza da
hospitalidade fazem Palmyra a miniatura de um paraíso abrigado
entre as austeras serranias mineiras."
(Rui Barbosa- Palmyra, 14 de outubro de 1920)
Com a descoberta do Ouro pelos Bandeirantes, no final do
século XVII, criou-se um caminho que iniciava-se em Parati-RJ,
passando por Guaratinguetá e Taubaté-SP, e
avançava
a então província de Minas Gerais, conhecido como CAMINHO
NOVO. Com o aumento da exploração das minas de ouro e as
dificuldades para se percorrer este trajeto, se fez necessário
encurtar as distâncias entre o Rio de Janeiro e o interior, o que
facilitaria o transporte e conseqüentemente a
fiscalização.
Por volta de 1700-1701 o sertanista Garcia Rodrigues Paes, partiu
do Rio de Janeiro para desbravar o território mineiro e abrir o
CAMINHO NOVO, que mais tarde passaria a ser chamado "Estrada Real da
Côrte", ligando a corte à Província de Minas Gerais.
Com intenção de povoar a região, a coroa
Portuguesa multiplicou as concessões de Sesmarias ao longo da
nossa estrada. No início de 1709, Domingos Gonçalves
Ramos
requereu uma Sesmaria para onde trouxe seus familiares. Posteriormente
a
Sesmaria foi subdividida e uma parte dela vendida à
João Gomes Martins no ano de 1728. Assim que se estabeleceu nas
novas terras, João Gomes Martins construiu uma capela para
abrigar a imagem de São Miguel que havia trazido de Portugal.
Com
o passar dos tempos e o falecimento de João Gomes, a capela que
abrigava a imagem de São Miguel foi se deteriorando, sendo
necessária a construção de uma nova igreja. A
construção durou três anos de 1847 a 1850. A igreja
foi erguida no mesmo Arraial - João Gomes.
Em 1867 a Lei nº 1458 elevou à categoria de
Paróquia, o distrito de João Gomes. Alguns fatores foram
fundamental nas mudanças do povoado. Um deles a chegada da
Estrada de Ferro D. Pedro II ao Arraial de João Gomes, o outro
foi a criação em 1880, do clube Recreativo e
Literário João Gomes.
Em 27 de julho de 1889, o então presidente da
Província de Minas Gerais, Barão de Ibituruna, sancionou
a
Lei nº 3.712, criando o Município de Palmyra, que foi
instalada em 15 de fevereiro de 1890. Para administrar o novo
Município foi criado um Conselho de Intendência, cujo o
Presidente era Carlos da Silva Fortes.
Com a emancipação, Palmyra passou por algumas
transformações, tais como: - alinhamento de ruas,
água potável, iluminação à querosene
e mais tarde a elétrica e em 1916 instalou-se o serviço
telefônico.
Além dos serviços públicos muitas empresas
foram instaladas no Município, entre elas:
- Na fazenda PASSA TRÊS foi introduzido em Minas gerais a
criação do famoso gado holandês, cujas vacas eram
ótimas produtoras de leite;
- Fábrica de Coalho - por muitos anos foi a única
do Brasil;
- Indústria de lacticínios - iniciando a sua
produção com o queijo "Reino";
- Companhia de Lacticínios Alberto Boeck - consolidando-se como
produtora de manteiga "Borboleta" e lançando também o
queijo "Clab";
- Companhia Brasileira de Carbureto de Cálcio - CBCC -
primeira no Brasil, na produção de ferro-liga.
Além de outras como:
- Ribeiro Fonseca Lacticínios S.A . - foi uma das grandes
indústrias de lacticínios de nossa cidade;
- Indústria de Meias Palmyra S.A . , Metalgráfica
Palmira, etc.
Pelo Decreto nº 10.447, de 31 de julho de 1932, foi alterado o
nome da cidade para Santos Dumont, em homenagem ao seu filho ilustre
Alberto Santos=Dumont, "Pai da Aviação", nascido no
Município de Palmyra e falecido em Santos-SP, em julho de 1932.