Parentes de Santos Domunt se reúnem em festa em São Paulo

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Enviado por J.E.O.BRUNO <jeobruno@hotmail.com>
Em 18/08/2003

SÃO PAULO - Assim que viu as fotos antigas e os parentes que há anos não encontrava, Elisa Germano, de 81 anos, se emocionou. Ela é a única sobrinha viva do pai da aviação, Alberto Santos Dumont, e não conseguiu conter as lágrimas no encontro que reuniu ontem mais de 300 dos cerca de 450 parentes do inventor.

Apesar de o tio ter morrido quando ela ainda era criança, em 1932, Elisa lembra das visitas que ele fazia à casa da irmã, Francisca Dumont Fonseca, e de ouvi-lo narrar a emoção de ter voado no 14 Bis. "Vivia muito na Europa, mas lembro dele em almoços na minha casa, junto com meus pais", conta. "Ao mesmo tempo que essas festas são alegres, elas me deixam com muita saudade de todos os que já não estão mais com a gente", lamenta Elisa.

A reunião, quinto encontro da família, foi realizada no Morumbi, Zona Sul de São Paulo, no antigo sítio do sobrinho do inventor, Guilherme Dumont Villares, espaço hoje ocupado por uma escola. Era lá que Santos Dumont costumava passar as férias quando vinha ao Brasil.

Para organizar a festa, logo na entrada os convidados recebiam crachás de seis cores diferentes, identificando os ramos da família - todos queriam achar seus nomes nos cartazes que mostravam a árvore genealógica. Enquanto seis dos sete irmãos de Dumont tiveram muitos filhos, netos e bisnetos, ele não teve filhos.

Um dos organizadores do evento, Luis Villares London, de 50 anos, explica que quem idealizou dois dos encontros anteriores dos Dumonts foi sua avó, Maria Luiza Miranda Villares, morta em 1982. "Agora, resolvemos resgatar essa união que era tão importante para ela", diz Villares, que é sobrinho-bisneto do inventor.

Em um dos painéis montados na escola estavam as fotos das reuniões realizadas em 1962, 1972, 1994 e 1998.

Outro sobrinho-bisneto de Dumont, Antônio Henriques Barbosa, de 50 anos, veio de Portugal com a mulher, Maria do Carmo Lencaste, de 41 anos, para encontrar primos, tios e sobrinhos. "Não conheço 80% das pessoas, mas me sinto em casa. Como todos tivemos a mesma criação, não vejo diferença alguma entre nós", garante o português, que visitou pela segunda vez o Brasil.

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