04 JUL - Primeira ascensão de Santos=Dumont com o seu
balão livre "Brasil", que ele mandou construir, especialmente
para o seu uso pessoal.
O balão "Brasil", o menor jamais construído para
ascensões com uma pessoa a bordo, tinha um volume de apenas 113
metros cúbicos. Era cheio de hidrogênio, tinha a
forma esférica e o seu diâmetro era de 6 metros.
O invólucro do balão, no qual pela primeira vez era
usada seda japonesa, tinha uma superfície de 113 metros
quadrados, pesava 30 gramas por metro quadrado e tinha um peso total de
3,5 quilogramas; depois de envernizado com 3 camadas, o
invólucro pesava 14 quilogramas; a resistência da seda
japonesa era de 700 quilogramas por metro linear.
A rede de cordas em torno do invólucro pesava 1.800 gramas.
A cesta onde ia o aeronauta. que foi utilizada, também, nos
balões dirigíveis números 1, 2 e 3, pesava 6
quilogramas: o cabopendente, de 100 metros de comprimento, pesava 8
quilogramas e a pequena ancora na sua extremidade 3 quilogramas.
Incluindo 4,7 quilogramas de instrumentos de bordo e itens avulsos
e não contando o peso do aeronauta e do lastro variável
transportado, temos para o balão "Brasil" o peso total de 27,5
quilogramas ("Dans I'Air") ("Revue Ampère" - Artigo assinado por
Emmanuel Aimé).
18 SET - Primeira experiência de Santos=Dumont com o seu
balão dirigível nº 1, no Jardim da
Aclimação, em Paris; primeira vez que um motor a
explosão interna, adaptado a um veículo aéreo,
funcionou no ar.
O balão dirigível n.º 1, de Santos=Dumont, tinha
a forma cilíndrica arrematada por dois cones nas extremidades; a
seu comprimento era de 25 metros, o seu diâmetro de 3,5 metros e
o seu volume de 180 metros cúbicos.
O invólucro era de seda japonesa; no seu interior e cozido
à sua superfície inferior ficava o balonete interno de
compensação, destinado a manter a rigidez do
invólucro; o balonete, quando necessário, era enchido por
meio de uma bomba de ar acionada pelo motor do dirigível; o
volume do balonete era de 25 metros cúbicos.
Duas válvulas automáticas, uma na parte superior do
invólucro e outra no balonete, permitiam, respectivamente, a
saída do hidrogénio ou do ar quando as pessões
internas ultrapassavam certos valores.
Ao longo de cada lado do invólucro, o balão
dirigível possuía uma haste horizontal, de 18 metros de
comprimento, cozida ao invólucro, às quais eram presas as
cordas de suspensão da barquinha e do motor; um sistema de
cordas, passando por cima do invólucro, ligava as duas hastes
horizontais de modo a distribuir melhor o peso a ser sustentado; a
barquinha e o motor, juntos, pesavam 64 quilogramas.
O leme de direção, em forma de pentágono
secionado, era fixado à extremidade posterior do
invólucro do balão e era comandado por meio de cordas que
iam ter à barquinha onde ficava Santos=Dumont. O motor do
balão dirigível n.º 1 era de dois cilindros opostos,
pesava 30 quilogramas e tinha uma potência de 3,5 cavalos vapor.
A hélice com duas pás, constituídas por chapas
quadradas de 40 centímetros de lado, tinha uma
tração de 11 quilogramas e girava a 120
rotações por minuto.
Um sistema de pesos constituídos por dois sacos de lastro,
suspensos nas extremidades do balão dirigível e acionados
por cordas que os ligavam à barquinha. servia para fazer variar
a inclinação do eixo longitudinal do balão
dirigível, de modo a colocá-lo em atitude de subida ou de
descida.
No balão dirigível n.º 1 Santos=Dumont utilizava
um cabopendente de 60 metros de comprimento ("Dans I'Air") ("Scientific
American" - 29 OUT 1898).
20 SET - Segunda experiência de Santos=Dumont com o
balão dirigível n.º 1, partindo do Jardim da
Aclimação e indo até o Bois de Boulogne onde foi
obrigado a descer no Campo de Bagatelle devido ao mau funcionamento da
bomba de ar do balonete ("Dans I'Air").
25 OUT - Ascensão de Santos=Dumont realizada em balão
livre; a ascensão, que durou horas, iniciou-se em Paris e
terminou em Vicarnes, próximo a Chantilly ("La France" -
Bordeaux - 26 OUT 1898). - Fundação do Aeroclube de
França.