Alberto Santos=Dumont - Uma Homenagem ao Pai da Aviação  

Cronologia de
Alberto Santos= Dumont

 Capa

Janeiro/1901 a Junho/1901

1901

JAN – Durante o mês de janeiro Santos=Dumont esteve em Nice (L'Éclaireur – Nice – 20 JAN 1901) (“The New York Herald” – Paris – 22 JAN 1901)

01 ABR – A Comissão Científica do Aeroclube de França concedeu, por unanimidade, a Santos=Dumont a quantia de 4.000 francos, juros dos 100.000 francos do "Prêmio
Deutsch de La Meurthe" durante o ano de 1900, por ter sido Santos=Dumont o aeronauta que mais se destacou no referido ano nas atividades aeronáuticas relacionadas com a conquista do referido prémio ("Le Courrier du Centre" – Limoges – 4 ABR 1901)

13 ABR – Santos=Dumont, com os 4.000 francos que lhe foram concedidos pelo Aeroclube de França, instituiu o “Prêmio Santos=Dumont” para ser concedido ao aeronauta que, sem limite de tempo, partisse do Parque de Aerostação de Saint Cloud, contornasse a Torre Eiffel e voltasse ao ponto de partida, sem tocar no solo e usando somente os meios de bordo; pelo regulamento do “Prêmio Santos=Dumont", este não poderia ser concedido ao seu fundador nem a nenhum aeronauta que ganhasse o prêmio utilizando uma aeronave pertencente a Santos=Dumont (“Le Publlc” – Paris – 14 ABR 1901).

JUN – Santos=Dumont realizou três ascensões a bordo do balão livre “Fatum” para experimentar o invento de Emmanuel Aimé, denominado “termosfera", destinado a dar maior controle vertical, nas ascensões aerostátlcas, com economia de lastro e de gás (Le Fronde – Paris – 28 JAN 1901) (“Le Matin” – Paris – 26 JUN 1901)

(“L'Aerophile” – Paris – MAR 1901). Santos=Dumont retomou mais tarde idéia semelhante quando, em 1905, construiu o seu balão n.º 13 (vide artigo publicado por Santos=Dumont na revista “Je sais tout" de 15 FEV 1905, publicado na obra de Aluisio Napoleão)

12 JUL – Experiência com o balão dirigível n.º 5 na qual Santos=Dumont circulou em torno da Torre Eiffel, tendo antes descido nos jardins do Trocadero para consertar o leme de direção (“Dans L'Air").

13 JUL – Tentativa oficial de realizar a prova do "Prêmio Deutsch de La Meurthe”; depois de circular em torno da Torre Eiffel, Santos=Dumont foi obrigado a descer entre as árvores do parque da residência do Barão Edmond de Rotschild ("Dans L’Air"). – O balão dirigível n.º 5 de Santos=Dumont era cheio de hidrogênio e tinha a forma cilindro-cônica; tinha um comprimento de 34 metros e um diâmetro de 6 metros na sua parte central; o seu volume era de 550 metros cúbicos; o "Santos=Dumont n.º 5" possuía um balonete interno de compensação de 60 metros cúbicos. O leme de direção adotado para o balão dirigível n.º 5 tinha, inicialmente, a forma de pentágono secionada e era instalado na extremidade posterior do invólucro; posteriormente, o leme de direção adotado teve a forma triangular e foi colocado entre a extremidade posterior da quilha e o invólucro.

Instituição do Prêmio "Santos=Dumont"

Notícia sobre a instituição do "Prêmio Santos=Dumont" em Abril de 1901.

Suspensa ao Invólucro, o "Santos=Dumont nº 5” tinha uma quilha constante de uma armação triangular contraventada com cordas de piano para maior rigidez; essa quiIha tinha 18 metros de comprimento e um metro de altura na parte central; pesava 41 quilogramas; para a suspensão da quilha ao invólucro, Santos=Dumont adotou uma solução nova: em vez de cordas, usou cabos de aço os quais, além de mais resistentes. ofereciam menor resistência ao avanço no ar.

Fixado na seção posterior da quilha ficava o motor Buchet de 4 cilindros resfriados a ar de 16 cavalos vapor; um ventilador de alumínio, acionado pelo motor, alimentava de ar o balonete interno de compensação.

A hélice propulsora do “Santos=Dumont n.º 5”, de madeira e aço recoberto de seda, era afixada na extremidade posterior da quilha; girava a 200 rotações por minuto e tinha 4 metros de diâmetro; entre o motor e a hélice, uma embreagem com um cone de fricção permitia ligar ou desligar a hélice do motor.
Nas extremidades da quilha triangular foram afixadas varas a ela perpendiculares; dos extremos dessas varas partiam cabos que, ligando-as ao invólucro, aumentavam a rigidez da suspensão da quilha. Nas extremidades da quilha ficavam, também, tanques d'água para lastro.

Na seção anterior da quilha ficava a barquinha onde Santos=Dumont ia, com todos os comandos necessários ao alcance das suas mãos.
Preso à quilha ficava o cabo-pendente que pesava 36 quilogramas; por meio de um sistema de cordas, comandado da barquinha, podia-se fazer o cabo-pendente se deslocar, para a frente ou para trás, fazendo o balão se inclinar para cima ou para baixo, para a manobra de subida ou de descida.

A velocidade do “Santos=Dumont n.º 5" era da ordem de 40 quilômetros por hora ("Dans L'Air”) (“Scientific American” – 10 AGO 1901) ("The New York Herald” – 13 JUL 1901 – Entrevista dada por Emmanuel Aimé)

Carta de agradecimento de Santos=Dumont aos bombeiros de Paris, depois do acidente de 8 de Agosto de 1901

(Provavelmente devido a este acidente, onde por momentos ele ficou desacordado, e à coincidência dos números da data 08/08, ele pulou a numeração dos seus inventos, do dirigível n.º 7 para o n.º 9)

Santos=Dumont só escapou da morte devido a, num ato reflexo, segundos antes da explosão  ter se amarrado à nacele (cesto ou barquinha), ficando então preso aos destroços do dirigível, pendurado à parede do edifício do Hotel Trocadero.

Agradecimento aos bombeiros

17 JUL – Foi apresentado, na Câmara dos Deputados do Brasil, o projeto 112 – 1901, assinado pelos Deputados Augusto Severo e Carlos Cavalcanti o qual, após sofrer emendas, ficou com a seguinte redação:

"Fica o Governo autorizado a abrir o crédito de 100.0000 ao Ministério da Viação com o fim de ser entregue ao Sr. Alberto Santos=Dumont como prêmio pelo resultado de sua experiência com um balão dirigível".     (Anais da Câmara dos Deputados)

29 JUL – Experiência com o balão dirigível n.º 5, com duração de 15 minutos, na qual Santos=Dumont apenas manobrou sobre o Hipódromo de Longchamps ("Le Petit Niçois" – Nice – 30 JUL 1901) (“Le Matin" – Anvers – 30 JUL 1901).

01 AGO – A Princesa Isabel do Brasil deu a Santos=Dumont uma medalha de São Bento, protetor contra os acidentes ("Dans I'Air").

01 AGO – O Aeroclube de França conferiu a Santos=Dumont uma medalha de ouro ("Quem deu asas ao homem”).

04 AGO – Experiência de Santos=Dumont com o balão dirigível n.º 5, com duração de 8 minutos, na qual houve dificuldades com o cabo-pendente (“Le Siècle" – Paris – 5 AGO 1901).

08 AGO – Destruição do balão dirigível n.º 5, que se chocou contra os telhados do Hotel Trocadero no "quai de Passy" n.º 12; Santos=Dumont, que estava realizando uma tentativa oficial para a conquista do “Prêmio Deutsch de La Meurthe". saiu ileso ("Dans L'Air") (“Paris Journal" – Paris – 9 AGO 1901).

08 AGO – Santos=Dumont encomendou a construção do balão dirigível n.º 6 ("Dans L’Air")

11 AGO – Santos=Dumont fez publicar, na imprensa, uma carta de agradecimentos aos bombeiros de Paris, por tê-lo socorrido quando ele caiu com o balão dirigível n.º 5 nos telhados do Hotel Trocadero ("La Presse" – Paris – 11 AGO 1901).

Intimação Judicial

Notícia sobre a intimação judicial a Santos=Dumont, para pagar os prejuízos causados ao hotel sobre o qual ele caiu no acidente do dia 8 de Agosto de 1901.

27 AGO – Santos=Dumont foi intimado judicialmente pela proprietária do hotel a pagar 150 francos pelos prejuízos causados, no dia 8 de agosto, com o seu balão dirigivel n.º 5.   Dois dias depois, Santos=Dumont pagou os prejuízos ("Le Siècle” – Paris – 27 e 29 AGO 1901).

30 AGO – Terminação da construção do balão dirigível n.º 6 de Santos=Dumont ("O que eu vi – O que nós veremos”).

06 SET – Primeira experiência de Santos=Dumont com o seu balão dirigível n.º 6; a popa do balão colidiu com uma casa, depois que o cabo-pendente embaraçou em uns fios telegráficos no inicio da ascensão; houve avarias no invólucro e no leme (Wykeham).

– O balão dirigível "Santos=Dumont n.º 6" tinha a forma de um elipsóide alongado terminado por dois cones; tinha um comprimento de 33 metros e um diâmetro de 6 metros na parte central; tinha um volume de 622 metros cúbicos e uma força ascensional de 680 quilogramas.

Era cheio de hidrogênio produzido industrialmente pela ação do ácido sulfúrico sobre limalha de ferro; esse tipo de hidrogênio tinha uma capacidade ascensional de 1.100 gramas por metro cúbico.

O invólucro do "Santos=Dumont n. º 6", feito de seda japonesa impermeabilizada por 5 camadas de óleo de linhaça, pesava 120 quilogramas: no interior do invólucro e cozido à sua parte interior ficava o balonete interno de compensação com um ... (continua)

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